Quando uma conduta é verdadeiramente moral? Quando ela corresponde à retidão – isto é, à positividade – e é benéfica, conquanto possua 100% de valor evolutivo, seja para si ou para os outros.
Daquilo que se verifica nos fenômenos da matéria e da energia, quando violamos as leis de seu funcionamento, podemos deduzir o que sucede quando fazemos a mesma coisa no campo moral. Há uma equivalência básica entre as leis dos vários planos, devido ao fato de que elas não são senão aspectos da única Lei, vista em momentos evolutivos diversos. É assim que, aos efeitos de uma violação em um plano, correspondem aqueles que se verificam em um outro plano. É importante compreender esses conceitos pelas conseqüências práticas que daí derivam. Assim, uma violação da retidão no campo moral pode levar a conseqüências danosas, correspondentes às de uma violação de princípio paralelo de equilíbrio, presente, por exemplo, na lei de gravitação. Isso porque em ambos os casos verifica-se a mesma violação do princípio universal de ordem, do qual é feito a Lei.
Segue que a falta de retidão é um fenômeno analisável, como o é a falta de equilíbrio, porque, em ambos os casos, temos efeitos calculáveis, proporcionais à quantidade de afastamento da posição de equilíbrio na ordem da Lei, isto é, à quantidade de violação efetuada. Ou seja, o desacordo com ordens similares, das quais é feita a Lei, paga-se com conseqüências negativas tanto no plano matéria-energia como no moral. Assim, a posição certa ou errada encontra o seu equivalente nos conceitos de moral ou imoral, honesto ou desonesto. Então, o erro de direção que em sua conduta o indivíduo comete perante a ética em seu campo, produz os mesmos efeitos negativos que produz o erro de direção que o motorista ou o astronauta cometem em suas funções. Tratando-se de um mesmo fenômeno de desequilíbrio, é lógico que ele deva ser estudado nos dois campos diversos, mas segundo os mesmos princípios. É este fato que nos permite afirmar a possibilidade da construção de uma ética de tipo positivo, baseada em princípios científicos. Isso significa que os movimentos da conduta humana deverão, no futuro, ser estudados e executados segundo as normas exatas vigentes nos outros campos já de domínio da ciência. Hoje a ética é um campo ainda inexplorado, um fenômeno que vivemos freqüentemente com resultados desastrosos, porque lhe ignoramos o funcionamento e daí cometemos erros contínuos. Mas no futuro poder-se-á planificar a viagem da vida, percorrendo-a com olhos abertos e não mais às cegas como hoje ainda se costuma fazer, num completo caos.
Eis então que por retidão entendemos a qualidade positiva que encontramos em um dado ato. Logo, positividade é o poder benéfico e negatividade o maléfico daquele ato, observados em suas conseqüências. Se ele é, por exemplo, 10% positivo e 90% negativo, isso levará a resultados com a mesma percentagem, e vice-versa. Podemos, assim, medir o grau de moralidade ou de imoralidade de um ato, observando que percentagem ele possui desta ou daquela qualidade oposta.
Do livro ” Pensamentos” – parte 1 – cap 01