Passar do plano animal da luta pela vida ao plano orgânico da colaboração inteligente, significa mudar completamente as condições de vida.
Involuído e evoluído são dois biótipos absolutamente diversos; é natural, pois, que suas atividades dêem lugar a resultados totalmente diferentes, proporcionados ao nível de evolução representado pelo plano de vida de cada um deles. Tudo depende da natureza do biótipo, e cada um deles só pode produzir de acordo com o que é. Dos princípios que regem a vida do involuído e da relativa forma mental que o guia, só pode nascer prepotência, luta, desordem, dor. Dos princípios que regem a vida do evoluído e da forma mental que o guia, só pode nascer harmonia, fraternidade, ordem, alegria.
Passar do mundo do involuído ao do evoluído significa sair da desordem para entrar na organicidade, ou seja num estado resultante de novo modo de conceber a vida, pelo qual as posições de relação social — antes feitas em grande parte de prepotência e injustiça, que só produzem rivalidade e lutas — assumem, na nova organicidade, a função coesiva, sobretudo de unificação. Se a vida antes se baseava só no indivíduo, nesta nova fase ela se fundamenta na coletividade organizada, em que a ordem exclui absolutamente qualquer barulho de injustiças e lutas.
O grau de evolução atingido mede-se pelo grau com que foi eliminado o separatismo e alcançada a unificação. A potência em que vive a luta em nosso mundo é índice claro de quanto ele ainda está atrasado. Aqui, tudo se faz em função da luta, que reaparece a cada momento, em toda manifestação da vida. Em todos os campos é mister levar em conta sempre este princípio do mais forte que quer vencer a todos. Conquista-se o poder, a riqueza, os altos graus sociais, sempre para dominar a luta como vitoriosos. Política, comércio, religião, sob todas as aparências, são substancialmente utilizados como meios para vencer na luta pela vida. E em todos os tempos, lugares e posições sociais se obedece a esta lei, que é lei do plano biológico em que a humanidade está situada.
Do livro “A Grande Batalha” , capítulo 09